quarta-feira, 25 de maio de 2016


Roménia 
 Outrora uma selecção que causa alguns calafrios aos maiores da europa, com Hagi a liderar uma geração bastante talentosa, a Roménia tem estado afastada dos grandes palcos. No século XXI apenas conseguiram uma qualificação para uma grande competição, o Euro 2008, e aí calharam no grupo da morte e acabaram sem vitórias. 8 anos depois voltam a ter nova oportunidade


COMO SE QUALIFICARAM

Num grupo de qualificação claramente nivelado por baixo, os Romenos apresentaram-se de uma forma muito pragmática que acabou por colher frutos. Numa ideia muito à Scolari “ganhar em casa e empatar fora chega para passar” foi exactamente isso que conseguiram, 5 vitórias, 5 empates. E sempre com muitos poucos golos, e uma defesa muito segura, apenas 2 golos consentidos.



Vlad Chiricheș

 Um defesa com grande qualidade, esteve um ano nas camadas jovens do Benfica e regressou à Roménia onde começou a destacar-se no Pandurii. Após boas épocas transferiu-se para o Steaua onde demonstrou ser um líder, capaz de jogar nas laterais e com uma inteligência acima da média.
 Teve alguns momentos infelizes no Tottenham e transferiu-se agora para o Nápoles onde tenta fazer renascer a carreira.




Nicolae Stanciu

Desde muito cedo que Stanciu tem sido associado a uma mudança para um campeonato de maior relevo. Aos 17 anos, após se estrear na equipa principal do Unirea, esteve à experiência no Estugarda mas diferenças financeiras entre os clubes acabaram por fazer o negócio colapsar. Após duas épocas no Vaslui, chegou ao Steaua e tem imposto a sua qualidade futebolística. Tem neste Europeu a oportunidade de mostrar que merece voos mais altos.



Anghel Iordănescu


Conhecido como “O General”, é um homem muito experiente. Esteve também ligado à política, nos anos em que esteve retirado do futebol (2007—2014) até ter sido chamado pela sua selecção pela 3ª vez na carreira. Como jogador venceu a Champions League pelo Steaua e chegou à final como treinador. É um homem muito duro e que irá exigir o máximo aos seus jogadores. Correu bem na qualificação. 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

CR já tem escudeiro

Olhar, perceber o movimento e colocar a bola redondinha para o melhor do mundo. Eis o porquê de sermos candidatos a ganhar o Europeu. Porque temos o melhor do mundo. “Mas já o temos desde 2004!” Verdade. Mas nunca tivemos alguém que acompanhasse a sua velocidade de pensamento futebolístico. Alguém que nos permite jogar, ao mesmo tempo, em 2, 3 sistemas.
 É o que João Mário nos permite. A ideia de colocar um jogador interior nos extremos do campo não é nova – vide Messi nos tempos de Guardiola – mas abre-nos perspetivas inimagináveis num país onde os extremos são reis. Ao abdicar de dar largura no último terço, Fernando Santos criou um sistema novo que potencia as qualidades de CR7, dando-lhe a liberdade de movimentos que ele precisa. Mas essa liberdade não pode ser utilizada sem sentido. E é aí que entra João Mário.
 Se Ronaldo é um animal em termos físicos, o miúdo é um animal em termos cerebrais. É um jogador que permite que a equipa jogue em 4-4-2, 4-3-3, tudo ao mesmo tempo. Porque ele deambula, da direita, para o meio, para a esquerda. Porque percebe o espaço que tem de ocupar em cada momento. Percebe qual o melhor seguimento que tem de dar para chegarmos ao golo. Porque vê as coisas a acontecer antes que elas aconteçam.

 Cristiano Ronaldo precisava de um jogador como este ao seu lado. Um jogador que o perceba, que o acompanhe, que seja o seu fiel escudeiro. Vários tentaram mas o estilo deles era parecido (e naturalmente menos eficaz, afinal CR só há um). Este é diferente. É extremo, mas não é. É um maestro que joga na linha. E no meio. Entre linhas. Aproveitando que as atenções dos adversários estão focadas nos mais famosos, nos extremos. É por aí que temos de acreditar. Que Ronaldo encontrou alguém que o entende e que comunica com o resto dos mortais como fazê-lo

O momento que eles se escolheram foi o golo contra a Bélgica. Ronaldo marca um livre rapidamente e corre para a área. João Mário levanta a cabeça e vê aquela seta disparada para a área. Determina a força necessária e coloca a bola não na cabeça dele. Coloca a bola à frente dela, para que o CR faça o melhor que sabe.

E depois, o reconhecimento. Em fração de segundos, remate, GOLO! E o agradecimento. O apontar do dedo “You make me complete”. Ronaldo tem de fazer o seu “SI!!!” mas logo de seguida abre os braços para receber a sua alma gémea. Que os outros mortais falem com o João. Assim temos hipótese!